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O Ismart participou de uma mesa-redonda sobre identificação de talentos realizada na Cidade do México, em meados de janeiro. O evento foi organizado pelo Centro de Investigación y Docencia Económicas (Cide), órgão financiado com recursos públicos que oferece cursos de graduação e pós-graduação.

O Cide realizou uma pesquisa que subsidiará um programa do governo mexicano, chamado Talentum, que terá como objetivo recrutar jovens talentos, com características de altas habilidades em matemática, para o ensino médio. O trabalho previa visita a modelos existentes em outros países, entre eles o Brasil. No fim de 2014, representantes do Cide vieram a São Paulo para conhecer o trabalho do Ismart e convidaram o instituto a contribuir com ideias para o Talentum.

Enviada ao México, a gerente de Seleção do Ismart, Erica Ruiz, acredita que a experiência do instituto na seleção de talentos ajudará os responsáveis pelo Talentum. “Assim como o Ismart, o Talentum quer dar oportunidade a jovens provenientes de famílias em desvantagem socioeconômica. No Ismart, nós contribuímos para a mobilidade social desses alunos e suas famílias – algo que também está entre os objetivos do Talentum.”

Também participaram do seminário representantes dos projetos Beta (Chile) e Escuelas Talento NL (México). Eles trocaram informações sobre suas organizações e os modos pelos quais identificam e selecionam bolsistas, assim como as dificuldades que encontram no dia a dia.

Para a economista mexicana Idalia Rodriguez, pesquisadora e coordenadora do Talentum, o Ismart possui uma “vasta experiência” e realiza um “trabalho significativo” no Brasil. “Erica nos deu conselhos práticos e destacou tópicos sobre os quais não havíamos refletido anteriormente. As recomendações foram importantes para a nossa tomada de decisão.”

Abaixo, leia entrevista com a gerente de Seleção do Ismart, Erica Ruiz:

Como surgiu o convite para o Ismart participar do evento no México?

Surgiu a partir de uma pesquisa iniciada no México sobre recrutamento de jovens com características de altas habilidades e superdotação. Eles estão terminando uma pesquisa que subsidia um programa implementado pelo Governo do México em parceria com o Cide, uma instituição de ensino e pesquisa. O trabalho previa visita aos modelos existentes na Polônia, Chile, Brasil e alguns já existentes no próprio México. Na visita ao Brasil, conheceram o Ismart através do Consulado Mexicano. Tivemos uma reunião com eles para explicar, principalmente, como estruturamos o processo seletivo do Ismart.

Como foi o evento?

O evento teve um formato mais parecido com um grupo de trabalho, no qual participaram pessoas visitadas pela equipe de pesquisa. A agenda foi dividida em duas partes: a primeira consistia numa apresentação dos projetos (Ismart no Brasil, Beta no Chile e Talentum no México) e uma parte para perguntas. Na segunda parte, assistimos a uma apresentação da estrutura de pesquisa, já desenhada pelo Cide, e ajudamos na identificação de alguns “gargalos”, como prazo, instrumentos de medição, estratégias de divulgação, etc.

Com que tipo de aprendizado você acha que o Ismart contribuiu, e o que o Ismart aprendeu?

Contribuímos contando um pouco de nossa experiência na seleção de talentos. Sobretudo porque o Brasil tem o contexto socioeconômico mais parecido com o deles – a Polônia é bastante diferente (a experiência da Polônia foi contada por Daniela Rubio, coordenadora técnica do Talentum) e o Chile é o primeiro entre os países latino-americanos no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). O Chile está também muito mais avançado em termos de identificação de talentos – já desenvolvem suas próprias ferramentas, em parceria com universidades – e o próprio programa Beta é um modelo institucionalizado, parte de uma iniciativa do governo federal chileno. Há muito que aprender com a experiência chilena, sobretudo no que diz respeito à replicação do modelo em larga escala e no sentido de repensar modelos de testes de potencial de aprendizagem.