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Em 11 de setembro, uma nova vida começou para o bolsista do Ismart Danilo Oliveira Vaz, de 21 anos. Foi o dia do início de suas aulas na Minerva, uma universidade itinerante conhecida por seu modelo inovador, com aulas online e vivências em três continentes ao longo da graduação. Morando agora em São Francisco, na Califórnia, ele diz que a experiência de estudar fora está sendo “fantástica”. “Não poderia estar mais feliz. A cada dia me sinto mais maduro.”

Danilo conheceu o Ismart quando estudava na Escola Estadual Elisabeth Silva de Araújo, em Carapicuíba. Participou do processo seletivo para o Projeto Bolsa Talento e foi aprovado. Em 2010, ingressou no Colégio Sidarta, parceiro do Ismart em Cotia, onde fez o ensino médio. No fim de 2012, passou para Engenharia Mecânica na Unesp. Dois anos depois, porém, insatisfeito com o curso e a universidade, resolveu correr atrás de outras oportunidades.

Ao participar de uma edição do Laboratório Estudar, da Fundação Estudar, Danilo soube da existência de um programa de formação de lideranças chamado PGLA, que reúne jovens do mundo inteiro durante uma semana na Jordânia. Ele decidiu se candidatar a uma vaga e foi aprovado com bolsa parcial. Levantou mais US$ 500 com a ajuda de um crowdfunding, suficientes para cobrir despesas, e viajou para o país do Oriente Médio em novembro de 2014.

O contato com professores, políticos e líderes, além da participação em simulações e debates, abriu a cabeça de Danilo. “Voltei ao Brasil com fome de fazer coisas novas”, diz. Sua principal decisão: desistir do curso na Unesp e, em busca de realização pessoal e profissional, aplicar para uma universidade no exterior. Foi aí que a Minerva apareceu em sua vida.

Danilo_Vaz_Jordania_1

Califórnia

O estudante conseguiu passar, com bolsa, no processo seletivo da Minerva e se mudou para os Estados Unidos no fim de agosto. Mora em São Francisco, na residência da universidade – um prédio de 5 andares e cerca de 100 quartos, localizado no bairro Nob Hill. Divide o dormitório com um colega da Dinamarca. No edifício há uma cozinha comunitária, sala de refeições e espaços de convivência.

Momentos de integração na residência universitária. Fotos: Maria León González

Segundo reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”, a instituição tem a proposta de oferecer aulas online enquanto os alunos vivem em sete diferentes cidades – começando por São Francisco e depois passando por Berlim (Alemanha), Buenos Aires (Argentina), Istambul (Turquia), Bangalore (Índia), Seul (Coreia do Sul) e Londres (Inglaterra).

Danilo faz parte da turma inaugural da Minerva, que tem alunos 36 países diferentes. Ao todo, há quatro brasileiros no grupo.

Aulas

As aulas são online, por meio de uma plataforma de educação a distância desenvolvida pela universidade. Neste primeiro semestre, Danilo participa de quatro cursos interdisciplinares: Sistemas Complexos, Análises Empíricas, Análises Formais e Comunicação Multimodal (mais informações aqui). “Minha disciplina favorita, até o momento, é a de Sistemas Complexos, porque estamos conhecendo campos relativamente novos da ciência, como teoria das redes, aleatoriedade e caos. Essas teorias fornecem aos alunos ferramentas para a vida, em vez de simples conceitos. Depois de entender os princípios de um sistema complexo, por exemplo, eu nunca mais olhei para uma multidão, um bando de pássaros, o cérebro humano ou a Organização das Nações Unidas da mesma forma.”

O contato com os docentes se dá principalmente através da plataforma. As chamadas office hours – momentos em que cada aluno pode conversar individualmente, pela internet, com um professor – também acontecem pelo canal digital.

Vários trabalhos são feitos em grupos, estimulando a troca entre os colegas da residência universitária. Danilo destaca que também há várias outras atividades presenciais dentro e fora do prédio onde os alunos vivem, como os clubes (chamados MiCos, de Minerva Communities), em que os estudantes desenvolvem ações e projetos de acordo com seus interesses. “A Minerva tem parceria com espaços maker, museus e galerias da cidade. E há MiCos sobre artes, astronomia, matemática, entre outros”, explica.

Além disso, a Minerva organiza atividades chamadas co-curriculars, imersões na cidade e em parceiros da universidade na região de São Francisco. Já houve visitas às sedes da Google e do fundo de capital de risco 500 Startups, por exemplo. “A partir dessas atividades fomos convidados a desenvolver pitchs e ideias para apresentar a gerentes dessas empresas.”

Danilo Vaz, bolsista universitario do Ismart

Planos

O recesso acadêmico será de 19 de dezembro a 10 de janeiro, período no qual Danilo planeja fazer uma viagem de carro até o México com um grupo de colegas. E, para 2016, são muitas as expectativas. “Quero investir mais tempo e energia em descobrir qual será o meu foco de estudo (major), pois preciso fazer a escolha no segundo ano. Além disso, viajarei para Berlim e meu objetivo é aproveitar tudo que a cidade tem a me oferecer”, conta o bolsista do Ismart que, antes da estada na Europa, pretende desenvolver um estágio de verão que o estimule a atingir outros focos pessoais e profissionais.

“Sem dúvida está sendo a experiência mais desafiadora da minha vida, e também a que mais tem me forçado a crescer intelectualmente e emocionalmente. Estar longe da família e de amigos, em um ambiente com altas exigências, é uma situação que te faz pensar sobre o que você acredita e sente. No fim, todas essas reflexões levaram ao meu amadurecimento e crescimento.”

Danilo Vaz, bolsista universitario do Ismart
Danilo já ficou em 1º lugar no Prêmio de Reconhecimento de Universitários do Ismart