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É com muito orgulho que Luis Carlos da Silva Gomes, da Escola Municipal Odilon Braga, fala sobre seus alunos. Há 31 anos na escola, oito deles como diretor, este professor de matemática é o novo embaixador do Ismart – o primeiro no Rio de Janeiro.

Os professores que apoiam o Ismart, se envolvem na divulgação dos projetos e acompanham seus alunos na jornada rumo às oportunidades que o instituto oferece recebem o título de embaixadores no Encontro Ismart com Educadores da Rede Pública. O evento, anual, marca o início do processo seletivo para as bolsas de estudos do projeto. Em 2016, o encontro com os professores do Rio de Janeiro aconteceu em junho, no Centro de Convenções SulAmérica.

O professor-embaixador tem os papeis de formador de opinião e de divulgador não só do processo seletivo, mas da instituição como um todo. Além de identificar alunos talentosos e prepará-los para concorrer às oportunidades do Ismart, o embaixador apresenta o projeto aos demais professores, coordenadores e diretores da rede púbica de ensino. Ou seja, sua participação não fica restrita ao envolvimento da própria escola com o Ismart.

Luis Carlos conheceu o instituto em 2008, logo antes de assumir a direção da escola – que fica em Cordovil, zona norte da cidade. “O projeto parecia tão bom para os alunos, que até desconfiei se era de verdade mesmo”, diz. Em 2009, primeiro ano em que indicou alunos para o processo seletivo, conseguiu que um deles fosse aprovado. Desde então, o professor nunca mais faltou aos encontros com o Ismart e passou a divulgar cada vez mais o projeto na Odilon Braga.

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Consistência

Apesar do sucesso inicial e do trabalho de sensibilização junto aos colegas professores e aos alunos, a escola ficou alguns anos sem conseguir aprovar mais ninguém no Ismart. “Só em 2013 voltamos a ter alunos selecionados, e aí não paramos mais”, conta Luis Carlos.

Naquele ano, dois estudantes entraram para o Alicerce. Outros dois ingressaram em 2014, para o mesmo projeto. Já em 2015, mais dois passaram para o Ismart, desta vez para o Bolsa Talento. “Conseguimos aprovar alunos para o projeto por três anos consecutivos. Isso é resultado da continuidade do trabalho. Se tivéssemos desanimado, talvez a escola nem estivesse participando mais”, destaca o professor. “Foi a nossa persistência que gerou tantos resultados positivos.”

Pela parceria de longa data com o Ismart e pela consistência na participação durante os processos seletivos, Luis Carlos recebeu em junho o pin de ouro, em formato de coruja, entregue pelo Ismart aos embaixadores. “Foi uma grata surpresa. E foi um reconhecimento não só para mim, mas para toda a escola. Começaram a nos olhar de forma diferente”, afirma o diretor.

Luis Carlos se juntou a um time de outras três embaixadoras do projeto, em São Paulo: Célia Sevilha, coordenadora pedagógica aposentada da EMEF Desembargador Paulo Colombo Pereira de Queiroz; Rosália Oliveira, diretora da EMEF Bartolomeu Lourenço de Gusmão; e Andreia Tulon, professora de matemática da Escola Estadual Miguel Munhoz Filho e da EMEF Deputado Cyro Albuquerque.

Acompanhamento

O segredo do sucesso, segundo Luis Carlos, é divulgar muito o processo seletivo e acompanhar, um a um, todos os alunos indicados. Ele também fala sobre o projeto nas reuniões com os responsáveis, que ocorrem bimestralmente.

Os estudantes selecionados pelos professores para concorrer às oportunidades do Ismart são acompanhados de perto. “Não adianta indicar o aluno deixar ele para lá”, ensina. Além de receber aulas de reforço de matemática e de português, os candidatos têm apostilas com modelos de questões de anos anteriores. Também contam com o incentivo do diretor e dos professores. “Eles precisam saber que estamos aqui para apoiá-los durante todo o processo.”

Por fim, os casos de sucesso acabam ajudando a criar uma divulgação boca a boca dentro da escola. Assim que ganhou a “corujinha”, por exemplo, o diretor passou de sala em sala para mostrá-la aos alunos. Criou também um mural do Ismart, com fotos dos alunos já aprovados para o projeto. “Hoje o Ismart está vivo aqui dentro da Odilon Braga.”

Reconhecimento

Desde que assumiu a direção, Luis Carlos começou a implementar um projeto político-pedagógico cujo lema é “Amar também se aprende na escola”. Por meio de parcerias com diversas instituições, ele conseguiu levar até a Odilon Braga projetos que têm como objetivos ampliar o horizonte dos alunos, desenvolver habilidades e criar uma relação mais forte com a escola.

Dessa forma, os estudantes já puderam observar as estrelas com um telescópio do planetário, reciclar óleo usado e trocá-lo por material de limpeza, e atualmente cuidam de uma horta. “Queremos ter uma escola viva, que faça diferença na vida dos alunos. Hoje a Odilon Braga está cheia e tenho uma lista de espera para matriculas. Isso mostra que conseguimos transformar esse lugar e que a comunidade reconhece esse esforço”, afirma o professor. Para ele, tornar-se embaixador do Ismart foi mais um reconhecimento ao seu trabalho de educador.