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*Por Ryan Ribeiro:

Eu sou do Rio de Janeiro, aluno do Colégio de São Bento. Entrei no Ismart pelo Projeto Alicerce, no meu oitavo ano, e, desde então, venho lutando para conseguir me manter e sempre dar o meu melhor.

Agora deixa eu te falar como eu cheguei até aqui. Até Harvard!

Em meados de 2017, fui agraciado com uma oportunidade do ISMART: o Prep Course – um curso preparatório para estudar fora. E não só isso: um Summer Camp em Harvard University, simplesmente uma das mais reconhecidas universidades, ou melhor, uma das três melhores do mundo. Coisa pouca, né?

Depois de muito esforço, consegui passar de todas as etapas propostas, sempre buscando (e conseguindo!) aperfeiçoar, em todos os sentidos da palavra, para, no final de tudo, perceber o quão isso valeu a pena.

 Acho importante destacar, entretanto, que uma derrota não significa que você deva desistir. Se não foi dessa vez, o que te impede de continuar tentando? De sempre tentar se superar? Sempre dar sangue e suor para fazer o seu melhor? Talvez só não tenha sido o seu momento, mas com certeza sua hora vai chegar.

Acredito que, por ser o único bolsista do Rio a ir para Harvard, assim como o mais novo de todos a participar do projeto de Summer Camp, muita expectativa foi posta sobre mim e isso só aumentou a minha ansiedade e vontade de desbravar novos mundos, conhecer novas pessoas e testar os meus conhecimentos, tanto na língua inglesa quanto gerais. Enfim, sem mais delongas, apresento a vocês: Harvard!

Primeiras Impressões

Minha primeira impressão foi de cansaço, porque se relacionava ao quão longa a viagem é. Mesmo assim, o ânimo era demais para deixar só isso me derrubar. Depois, foi a hora de conhecer os bolsistas de São Paulo. (Eles já contaram suas histórias por aqui: Lucas Nardi e Taily Maeda. Amei vocês, gente <3. Espero podermos nos encontrar mais vezes no futuro).

P.S.: Não tenho fotos com o Lucas Nardi, já que todas estão no celular da Taily, mas vocês são demais!

“ISMART, me contrata” – Oléo sobre a tela.

Jokes aside, encontrando a dupla de paulistas, discutimos por um tempo (no bom sentido da palavra) sobre pegar ônibus e metrô ou só apelar para um táxi mesmo. Optamos pela primeira opção, já que isso seria ainda uma boa oportunidade para conhecer o novo território e até possivelmente iniciar o treino do nosso inglês.

Chegando lá, acho que o que mais nos chocou foi o tamanho do campus, indo de encontro ao que pensávamos, era todo fragmentado. Nos perdemos algumas vezes, mas depois de um certo esforço conseguimos chegar. Nesse momento, nos separamos, já que eu estava em um dormitório diferente do deles. Por sorte – ou não, considerando meu objetivo de treinar meu inglês e sair da minha zona de conforto –, eles eram lado a lado.

Agora, sobre Harvard em si: eu criei uma expectativa enorme quando recebi a chave do meu quarto, principalmente quando me deparei com essa coisinha fofa “iti malia”:

SIM, MEU NOME NUMA ESTRELA AAAHHH.

 

Mas também admito que me decepcionei amargamente quando reparei que eu tinha sido o primeiro a chegar. Eu, pleníssimo, já preparando o verbo to be, e não tem uma alma viva no meu quarto. Ok, isso pelo menos me daria tempo para o unpacking.

No meu quarto, estavam previstas quatro pessoas, contando comigo, mas não dividíamos um espaço: havia uma sala comum e nela estavam ligadas quatro portas, que davam direito a um quarto cada. No evento de começar a arrumar as minhas coisas no armário, nas prateleiras e nas gavetas, foi que eu ouvi barulhos na porta do dormitório. Dava nitidamente para perceber que eram três pessoas diferentes: já me imaginei o excluído, porque eu, tímido do jeito que sou, teria que dar um jeito de me enturmar com pessoas que provavelmente se conheciam há muito mais tempo.

Não querendo me gabar nem nada, até porque eu ainda creio veementemente que foi só por educação, mas a mãe do meu colega de quarto falou que meu inglês era perfeito <3. Eu explodi de felicidade, lógico. Tudo que eu queria ouvir de um gringo, nativo, era que meu inglês era perfeito. Um dos meus maiores objetivos enquanto em Harvard era justamente esse: treinar e aperfeiçoar o meu inglês, então esse feedback foi maravilhoso para mim.

Admito que fiquei receoso de me enturmar com novos garotos, já que eu S E M P R E andei com meninas (CSB não conta, gente. As pessoas de lá são amorzinhos e muito parecidas comigo, então…), e as meninas mais próximas estavam em uma outra construção. Eu não fiquei muito satisfeito nesse quesito, porque meu objetivo lá era sair da minha zona de conforto. Andar com meninas é minha zona de conforto, e foi o que eu fiz na maior parte do tempo. Lógico que tinha um amigo ou outro, mas na maioria das vezes eram meninas. Para não receber um puxão de orelha de meus analistas (amo vocês, Rafael e Ana <3), só quero deixar claro que não foi exatamente por falta de tentativas. Eles são bastante cordiais, mas eu só não me sentia confortável. Para mim, embora menino também, era muito difícil sustentar uma conversa. Parece que nossos mundos variavam um pouco.

Sobre o curso

O curso que eu escolhi foi “Why Haven’t We Cured Cancer Yet?”, que traduz para “Por que nós ainda não curamos o câncer?”. O curso realmente cumpriu tudo o que prometia em sua descrição. Explicação, desde o básico, do que é o câncer em si, correlações da evolução medicinal e do tratamento de câncer, observação com modelos reais e vivos (sim, nós realmente observamos, pegamos na mão. Nada de Google Images, pessoal).

Foi um pouco cansativo por causa da quantidade de material que tínhamos que trabalhar e a quantidade de dever de casa, que ainda se misturava com as periódicas – embora nem tão espaçadas assim – atividades extracurriculares, das quais eu vou falar um pouco mais para frente. Todo dia eu tinha dois textos científicos diferentes para ler, que contavam com uma gramática brusca e vocabulário específico, e um quiz para cada texto, cujo limite de entrega era até o primeiro minuto da aula seguinte. Mesmo assim, sinto que consegui lidar bem com a carga do curso.

Sobre as famosas atividades extracurriculares, que dividiram opiniões até mesmo de meus colegas (“Como assim ir para parque de diversões é uma atividade extracurricular?!” – Roxa, João Pedro Santos Manhães da; 2018), elas são simplesmente incríveis. Todas têm seu propósito, seja melhorar sua capacidade de estudo e entendimento, induzir à integração social com outras pessoas, entender marcos históricos e/ou científicos da vida americana e do mundo ou, até mesmo, explorar o campus e compreender um pouco mais da história de Harvard e sua vasta gama de construções, como museus, teatros etc.

Harry Elkins Widener Memorial Library – A maior biblioteca do campus.

Novas Amizades

É lógico que minha parte favorita foi a parte de socializar – e para quem realmente me conhece, INCLUINDO ANALISTAS, por incrível que pareça, realmente foi.

Muito broguerinho, ele

 Nesse dia, fui ao Canobie Lake Park e foi onde conheci algumas das melhores pessoas do campus inteiro. SIM GENTE, EU ME ENTURMEI!!! Essa atividade foi simplesmente demais, e foi quando eu percebi o quão acolhido eu fui por um grupo de pessoas que eu tinha literalmente acabado de conhecer (ok, vou dar um desconto, a garota da cadeira azul eu tinha conhecido na noite anterior – meras 7/8 horas de diferença). Eles são extremamente calorosos e muito receptivos e eu adorei me sentir parte de tudo aquilo.

Melhor finalizar antes que fique chato e ninguém leia, né?

Essa experiência em Harvard foi maravilhosa e enriquecedora em todo e qualquer sentido da palavra: novas amizades, novas (e totalmente diferentes) culturas, novos ambientes. Eu adorei esse tempo que eu passei lá e, realmente, espero que esse texto ajude, quem estiver lendo, a perceber como há, sim, barreiras. Não é fácil. Nada na vida é fácil. Mas estamos aqui para lutar, e com a nossa força, tudo é, sim,possível – meu esforço me move; nosso esforço nos move.

Antes de dizer ‘tchau’, apreciem uma imagem maravilhosa para provar que foto zoada também se posta.

Ah, e segundo a Taily, o “I” é de ISMART: o projeto dos nossos corações.

 

 

 

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