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*Por Bianca Inocencio:

Um castelo cercado por árvores no meio de New Haven, Connecticut. Conforme adentro a cidade, posso ouvir os sinos da Igreja tocando e embalando aquela tarde abafada de verão. E depois de um voo de dez horas, dois filmes e algumas gaguejadas para estabelecer uma apresentação inteligível em inglês com os staff members, finalmente, cheguei, Yale!

Ao entrar no Old Campus, lugar em que passaria três semanas, pude entender o que as pessoas querem dizer com a palavra overwhelming – eram dezenas de pessoas, línguas, cores e instruções chegando ao mesmo tempo.

Os primeiros estudantes que encontrei eram brasileiros e eu confesso ter sentido um alívio enorme, pois não precisaria falar muito em inglês naquele momento – o que não durou muito. Em EXPLO, o inglês é uma convenção, pois é tratado como língua-comum, dado o enorme número de estudantes não-estadunidenses. Assim sendo, em poucos minutos de conversa em português, precisei trocar. Embaralhei algumas palavras, travei em alguns momento e voilá (rs), saiu! Primeiro diálogo completamente em inglês com mais de cinco minutos.

Após algumas burocracias, documentações e brincadeiras para conhecer aqueles com quem passaria três semanas, fui para o dormitório. Três lances de escada, uma ansiedade absurda tomando conta de mim e, ao chegar no terceiro andar, descobri que teria uma roommate! O nome dela é Aliza, estadunidense, e foi ela quem me apresentou o Campus, pois já havia estado aqui antes. Tirei quinhentas fotos e com o passar do tempo acabei relaxando e desmontando o ‘monstro’ do inglês que eu criara em minha mente. Tirei das costas a pedra que estava me deixando mais tensa, coloquei pijamas e dormi perfeitamente.

Os primeiros dias em EXPLO foram muito intensos. Precisei aprender os caminhos para as minhas aulas muito rapidamente, além de me adaptar à rotina do Campus e as leis de New Haven. Após 72h, no entanto, tudo ficou mais calmo e eu comecei a me sentir cada vez mais confortável, sempre agarrando-me à ideia de eu estou em Yale! \0/ para acalmar os nervos e desfrutar de tudo o que esse programa maravilhoso tem para oferecer.

De modo geral, EXPLO é um programa muito diversificado tanto com relação aos alunos e aos staff members – de várias etnias, gêneros, orientações – quanto aos cursos disponíveis. Eu decidi fazer Cinema e Psicologia Comportamental, contudo, depois de dois dias, optei por trocar o curso de Cinema por Ciência Política. Fiz dois workshops, sendo o primeiro Estudos de Gênero e o segundo Sociologia da Cultura Popular. Citando-os assim parece que foi fácil escolhê-los em meio à mais de quarenta opções, mas a verdade é que levei um bom tempo para fazê-lo.

Além da variedade de cursos, todas as noites acontece uma série de eventos simultaneamente, os quais buscam trazer atrações que agradem à maior parte dos estudantes. Tivemos uma festa de Halloween, noites voltadas para dança com músicas de diversos países, filmes exibidos no jardim principal e um show de talentos. Decidi que queria participar da audição do show de talentos e subi no palco para cantar Elis Regina, no maior jeitinho brasileiro que existe. <3

Escrevo, sobre tudo isso, durante a minha segunda semana aqui em Yale. Restam-me sete dias e confesso que já sinto saudades do café fraco estadunidense, das perguntas sobre futebol e da dúvida sobre qual língua é hablada no Brasil.

De modo geral, Explo em Yale tem sido uma das experiências mais recompensadoras e intensas que eu já vivi, além de, é claro, uma das melhores. Sinto que estou alcançando os meus principais objetivos, dentre os quais incluo melhorar o inglês, aprender sobre as matérias de que mais gosto, conhecer novas pessoas e, indubitavelmente, novos lugares – hey, Broadway!

Para finalizar este texto, eu preciso reafirmar o que a maioria de nós, que sonhamos alto, costumamos ouvir: calma, vai dar certo. Vale a pena. Você consegue, respira fundo e continua! Vai ter gente aqui para te ajudar a levantar caso você caia.

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