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* Este texto faz parte da seção Fazendo a Diferença, em que o Ismart promove um reencontro entre um educador de escola pública e um aluno que passou no processo seletivo de bolsas de estudo graças à inscrição deste professor. O educador conta ao Ismart como identificou o potencial do aluno e o bolsista fala das suas principais realizações depois que entrou para o projeto. O Fazendo a Diferença é uma das ações do Deixe sua Marca, programa de relacionamento do Ismart com educadores da rede pública.

Regina Baltieri ensinou matemática para Michael Schardosim no 6º e 7º anos do ensino fundamental no CEU Emef Butantã, zona oeste de São Paulo. Para ela, foi fácil reconhecer o talento do aluno. “Eu promovia algumas competições entre as turmas e ele sempre se destacava”, diz. Nas Olimpíadas Paulistas de Matemática, Michael também tinha excelente desempenho. “Na primeira vez que ele concorreu, foi o primeiro colocado nas menções honrosas da cidade de São Paulo. No ano seguinte, ganhou medalha de prata”, lembra Regina. Até hoje ela guarda com orgulho as fotos do dia da premiação (veja abaixo).

Ao conhecer o Ismart, em 2008, a professora percebeu que era a oportunidade ideal para Michael. “Quando soube do processo seletivo, logo pensei nele. Eu divulguei o Ismart para todos os alunos, mas tinha dentro de mim a certeza de que ele conseguiria passar”, conta. Além do desempenho acima da média na escola, Regina reconheceu no aluno características comportamentais que o destacavam dos outros concorrentes. “Tem aluno que quer a receitinha do bolo. Mas o Michael não ficava esperando eu explicar, ele ia buscar o conhecimento. Autonomia e interesse são fundamentais.”

Não bastava acreditar no sonho da aprovação, era preciso preparar o aluno para alcançá-lo. Regina decidiu dar lições extras de matemática aos candidatos que inscreveu no processo seletivo. Michael conta que a dedicação para chegar mais cedo à escola teve resultado: “Foi nesse grupo de estudos que eu aprendi o principal para ir bem na prova do Ismart”.

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Foto do arquivo pessoal da professora Regina Baltieri: Michael medalhista da Obmep

Experiências

Com o esforço pessoal e o apoio da escola, Michael conseguiu a aprovação para o projeto Alicerce e, em 2009, ingressou no Colégio Objetivo como bolsista do Ismart. Estava no 8º ano do ensino fundamental.

Segundo Michael, o instituto, além de conceder a bolsa, lhe abriu diversas portas. Uma delas, que ele contou para a professora Regina com um sorriso no rosto, foi o intercâmbio de verão na Universidade de Notre Dame, nos Estados Unidos, realizado em 2013. O aluno estava no 3º ano do ensino médio e, nas férias do meio do ano, viajou para o curso. “Era um curso voltado para liderança. A Notre Dame é uma das melhores universidades de negócios do país”, diz. Durante duas semanas, Michael assistiu a aulas sobre administração, ciências e engenharia e participou de workshops voltados para liderança e convívio social. “Foi uma experiência marcante.”

Hoje, com 18 anos, ele cursa o segundo ano de Engenharia de Computação na USP e sente que a sua perspectiva de futuro mudou. “Vejo que o mundo não é tão pequeno. Tem muita possibilidade por aí, muito lugar para ir, muita coisa para fazer”, afirma. No horizonte imediato está o sonho de fazer um intercâmbio, durante a faculdade.

Vontade de ir além

Para Regina, o sentimento é de orgulho. “Ver onde ele chegou e onde ainda pode chegar… eu não sei nem descrever o que sinto. É muito gratificante para mim, que fui professora do Michael no 6º ano, acompanhei aquelas primeiras dúvidas que ele tinha sobre o futuro e ver o quanto ele cresceu. Isso não tem preço, eu fico muito feliz.”

Regina reconhece que o Ismart foi essencial para que Michael pudesse alçar voos mais altos. “Aqui é uma escola que não atendia à demanda dele, não oferecia todo o conteúdo para o seu potencial. A bolsa foi algo muito bom para ele.”

Michael arrisca um palpite sobre o que leva um aluno a ter sucesso no processo seletivo do Ismart – e no projeto, depois de aprovado. “O principal é a vontade de querer ir um pouco além. Não é só querer, mas procurar uma maneira de conseguir isso. Tem de tentar fazer, arriscar, enfim, ir além do que se espera”, diz.

Para Michael, que teve a vontade de ir além e conseguiu, ficam as conquistas. Para a professora Regina, que o ajudou nos primeiros passos, fica o orgulho do aluno em quem sempre acreditou.

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Aluno de Engenharia visita a escola pública onde estudava quando conheceu o Ismart

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