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O bolsista universitário do Ismart Abidan Silva sonha grande. Aos 21 anos, cursando o 3º ano de Engenharia Civil na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), ele tem um plano ambicioso para o futuro: quer ser político. Essa decisão é resultado de uma combinação de fatores, como o desejo de causar impacto positivo na sociedade, o interesse pela gestão pública e o engajamento com o movimento estudantil.

“Minha vida é uma sessão infinita de sortes. A probabilidade de que eu chegasse onde estou agora era muito pequena. Quero que histórias como a minha sejam regra, e não exceção”, diz o estudante.

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Natural de Cotia, na região metropolitana de São Paulo, Abidan sempre se destacou na escola pública, onde cursou o ensino fundamental. No fim do 9º ano conseguiu aprovação no processo seletivo do Ismart, para o Projeto Bolsa Talento. Em 2012 passou a estudar no Colégio Sidarta, com bolsa integral.

Na nova escola o aluno descobriu um mundo de oportunidades. Teve aulas de música, teatro e artes plásticas. Além disso, logo no primeiro semestre, Abidan esteve à frente de colegas em um debate promovido por uma faculdade. Saiu do evento premiado. “Discuti temas globais de igual para igual com alunos muito bons. Comecei a perceber meu potencial.”

Confiante, ainda em 2012 Abidan disputou vaga para um curso em Harvard com bolsa oferecida pelo headhunter Robert Wong, conselheiro do Sidarta. O processo seletivo incluiu a entrega de cartas de recomendação, evidências de trabalho voluntário e justificativa de interesse. Mas ele acabou reprovado na fase final – entrevista em inglês – por não dominar a língua. O aluno correu atrás e, depois de um ano de preparação e aulas de reforço, foi escolhido para a bolsa em Harvard, entre junho e agosto de 2014.

“Seria pouco dizer que o Ismart apenas me colocou em uma boa escola para ter uma boa educação. Acima de tudo, o Ismart ampliou meus horizontes e me deu a oportunidade de sonhar”, afirma o estudante.

Então veio a temporada de vestibulares. Abidan passou na USP e também na Unicamp, Unesp, PUC-SP e Mackenzie. Escolheu a Poli, mas a transição para o ensino superior não foi fácil. O estudante cogitou largar a faculdade algumas vezes. Para se encontrar no curso, a estratégia foi buscar atividades extracurriculares, que o lembrassem da formação que teve no ensino médio.

“Eu fiz de um tudo: cantei no grupo à capela, ajudei a construir fossas no interior de Alagoas com o projeto Bandeira Científica, entrei na empresa júnior, fiz um curso de liderança na Jordânia, e por fim descobri o movimento estudantil”, lembra. Em 2016, Abidan concorreu às eleições do Grêmio Politécnico e sua chapa, Ágora, embora não tenha sido eleita, recebeu 45% dos votos em uma eleição com participação recorde.

Nesse meio tempo, o jovem estagiou na Secretaria Municipal de Educação de São Paulo e desde janeiro de 2017 está na Fundação Lemann, onde participa do desenvolvimento de plataformas que possam impactar a educação.

Dentro de casa, Abidan já é uma influência positiva. A mãe, que trabalha como empregada doméstica e não tinha o ensino fundamental completo quando o filho entrou no Ismart, agora está terminando a faculdade de Pedagogia. A irmã, de 17 anos, se formou no ensino médio e foi selecionada pelo Instituto ProA, que ajuda a inserir jovens no mercado de trabalho. E o pai, técnico de ar-condicionado, está cursando Engenharia Civil, como o filho.

“Nunca planejei isso, mas o sucesso deles me deixa muito orgulhoso. A verdade é que não temos dimensão do impacto que causamos nas pessoas.”