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BlogIntercâmbio

Como UC Berkeley me ensinou que eu posso muito mais

Por: Franz Masatoshi Yuri

Eu cheguei no aeroporto de São Francisco meia noite, dormi até às 6 horas em um banco e comecei a viagem até à Universidade. Para isso, descobri que poderia pegar uma linha de metrô que me levaria do aeroporto até Berkeley, com algumas paradas em São Francisco. A aventura começou comigo pegando um trem para ir até o lugar do aeroporto onde fica a estação de metrô, que me levaria para UC Berkeley.

Fotos tiradas em um trem que opera dentro do aeroporto de São Francisco.

Cheguei então na estação de metrô chamada de BART(Bay Area Rapid Transit), e, como ainda era 8 da manhã, decidi antes visitar São Francisco.

Entrei então no trem e desci no meio da cidade, com uma mala enorme, uma mochila cheia e um celular sem internet. Saí em uma estação próxima a Chinatown e, percebendo que me sem o Google Maps me perderia em 2 minutos na cidade, fui para um Starbucks para ter internet, pesquisei onde conseguiria um chip de internet e comprei 10 GB (recomendo comprar esse chip. Não foi barato, mas teria sido se 1 dólar não fosse 4 reais).

 

As experiências no Summer Program

Depois de mais quatro horas andando, era hora de fazer o check-in na universidade. Peguei novamente o metrô, fiz o check-in, tomei um banho, dormi um pouco (foi um dia cansativo), e, às 6 horas da tarde começava o programa NSLC Engineering Program at UC Berkeley. Tivemos nessa noite algumas aulas introdutórias explicando como seria o programa, o que aprenderíamos nele e os TAs (estudantes de engenharia) que nos acompanhariam. Importante ressaltar que meu programa foi acompanhado pelos TAs e não com os professores da universidade.
Entretanto, foi apenas no dia seguinte que as atividades de fato começaram.

O dia dois do meu summer program iniciou-se com uma apresentação, às 9:00, sobre as palestras de liderança que aconteceriam nesse horário nos próximos sete dias (com um apresentador extremamente carismático, diga-se de passagem). Tivemos então aulas para aprender a lidar com certas ferramentas e tecnologias empregadas por engenheiros, como soldas, programação etc.

Por fim, às 6 horas da tarde(depois do jantar), fomos divididos em grupos fixos, que competiriam no desenvolvimento de vários projetos ao longo da semana: trabuco, carro e um veículo aquático para pegar bolas, um mini gerador de energia eólica feito com um motor e alguns materiais, carrinho programado com arduíno e um produto que seria apresentado no último dia para todos os TAs, simulando a bancada do Shark Tank (programa de tv em que pessoas apresentam seus projetos para investidores experientes).

Piscina do campus de UC Berkeley em que a competição com o veículo aquático ocorreu

Além das aulas de manhã sobre liderança e os trabalhos à noite com os vários projetos que tínhamos que concluir antes das competições, tivemos em todas as tardes excursões ou atividades não relacionadas com os grupos, como visitas a museus e ao Pier 39, um ponto turístico de São Francisco e aulas sobre assuntos de engenharia.

Fim do programa

Como meu voo estava agendado para dez horas da noite, após o término do programa NSLC, às nove horas, dia 9 de julho, decidi explorar a University of California at Berkeley, a maior e mais bonita instituição de ensino que já vi. Dentre as incontáveis construções, entrei em algumas que continham museus, mas infelizmente não pude entrar pois eram restritas aos estudantes pela maior parte do ano. Mesmo assim, havia áreas abertas para o público em quase todas os prédios, além de um enorme parque dentro da universidade.

O que aprendi com a viagem

Para mim, o mais importante dessa experiência foi o quanto pude desenvolver meu inglês. Eu sempre fui um aluno mediano no estudo dessa língua, e os principais fatores que barravam meu aprendizado eram o pouco incentivo que eu tinha para isso e, principalmente, a minha baixa autoestima. Dessa forma, eu comecei esse summer program com medo e vergonha de falar em inglês, porém, como pela primeira vez eu tive que lidar com ambos os problemas, eu aprendi a ignorar ambos os sentimentos e, mesmo que nos primeiros dias me comunicar tenha sido extremamente desafiador, em poucos dias pude sentir uma extrema melhora na minha comunicação e a perda da minha vergonha, de forma que voltei ao Brasil convicto de que eu era capaz de dominar esse que sempre foi meu grande desafio acadêmico.

Ademais, aprendi muito sobre comunicação e como trabalhar em grupo. Eu sempre me considerei alguém sociável e comunicativo, porém ao interagir com pessoas em outra língua tive que desenvolver muito mais essas características, e pude perceber fraquezas em meu comportamento que eu poderia fortalecer. Além disso, nas aulas que tive sobre liderança não apenas aprendi novas estratégias para ser um bom líder, mas também pude estudar ações que fazia inconscientemente.