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As Altas Habilidades/Superdotação são caracterizadas pelo grande potencial de aptidões, talentos e habilidades, evidenciado no alto desempenho em diversas áreas e atividades humanas. Sejam intelectuais, acadêmicas, de liderança, psicomotora, artísticas, entre outras. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que existam 10 milhões de brasileiros com Altas Habilidades/Superdotação, o que equivale a quase 5% da população. A identificação e apoio dessas pessoas desde a infância pode influenciar no potencial de suas habilidades. A escola é um dos ambientes onde se pode potencializar a identificação destas pessoas ainda durante a vida escolar. Por isso, a importância da capacitação de professores acerca deste tema. 

Já que as oportunidades de vida para uma criança ou jovem com Altas Habilidades/Superdotação serão diferentes, os estímulos também devem ser. Para Cristina Delou, psicóloga, doutora em Educação (PUCSP) e professora na Universidade Federal Fluminense (UFF), os professores têm um papel fundamental no desenvolvimento desses estudantes, em primeiro lugar, por terem como aptidões inerentes, a observação e a sensibilidade. “O potencial dos docentes para a identificação dos alunos com Altas Habilidades/Superdotação é muito elevado porque, após a família, são eles que passam mais tempo com os alunos em atividades individuais e coletivas. Podendo, assim, apreciar com extrema fidelidade aqueles que se destacam em suas áreas especializadas de conhecimento”, comenta.

Importância do professor na desmistificação de estereótipos

Se, por um lado, alunos com Altas Habilidades/Superdotação têm que lidar com a imagem de gênio intelectual. Por outro lado, também são retratados como pessoas com problemas sociais e emocionais, como angústia ou solidão. Embora algumas dessas características possam ser verdadeiras para alguns, se os professores compartilham esses mitos, correm o risco de não atenderem às necessidades dos alunos dotados intelectualmente de forma adequada. Portanto, o conhecimento baseado em evidências sobre a superdotação intelectual faz parte do conhecimento profissional que os educadores precisam obter durante a formação, para que utilizem o papel do professor como propagador de quem verdadeiramente são os alunos com Altas Habilidades/Superdotação.

Cristina Delou lembra também que os educadores, como especialistas em avaliação escolar e educacional, são os profissionais aptos a indicar os mais adiantados no desenvolvimento escolar, os líderes, os que apresentam pendores artísticos e os que são dados à criação e à inovação. Na população superdotada, não é fácil encontrar o ambiente educacional certo e que atenda às necessidades integralmente. Nesse sentido, se grandes educadores mudam vidas, quando se trata de crianças e jovens com Altas Habilidades/Superdotação, é uma verdade ainda maior. São esses profissionais os primeiros a encorajar grandes voos e estimular as potencialidades.

Que tal aprender mais sobre o tema?

O Ismart busca sempre criar oportunidade de estímulo e desenvolvimento para alunos com Altas Habilidades/Superdotação, com programas que iniciam nos anos finais do ensino fundamental e podem durar até o fim da faculdade. E também oferece oportunidades para atender às necessidades dos professores. Por isso, realizamos o 14º Encontro Ismart com Educadores da Rede Pública, realizado em maio sob o tema “Altas Habilidades/Superdotação: identificação, desafios e práticas para o professor desenvolver estudantes do fundamental II no ensino remoto”

Ao todo, o evento contou com 4 painéis. No primeiro deles, ocorrido no dia 18 de maio, Christina Cupertino, ao lado de Cristina Delou, falaram sobre “Altas Habilidades/Superdotação: aspectos gerais e identificação em tempos de ensino remoto”. A ideia da palestra foi apresentar características de estudantes com altas habilidades e sinais identificáveis durante o ensino remoto. Além disso, no dia 20, no painel “Com a palavra, o professor: encarando os desafios e ampliando oportunidades para estudantes com altas habilidades/superdotação”, as professoras Kátia Machinez (RJ),  Ana Carolina Faria (SME-SJC) e Rosália Aparecida Oliveira (SP) lembrarão da importância do professor. A palestra apresentou boas práticas de profissionais engajados com a preparação de seus estudantes para boas oportunidades. 

No dia 21 de maio, Livia Felizardo, Especialista em Educação, com o projeto Mais Educação, Menos Distância, ao lado de José Moran, professor doutor pela USP, especialista em inovações educacionais e Mariana Rego Monteiro, diretora executiva do Ismart, participaram de um painel sobre metodologias para o ensino remoto.