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A educação de jovens com Altas Habilidades/Superdotação necessita de uma atenção especial não apenas por parte dos educadores, mas também dos pais ou responsáveis desses estudantes. Com professores e familiares trabalhando lado a lado, o grande potencial que os adolescentes e crianças com Altas Habilidades/Superdotação possuem pode aflorar cada vez mais. Esse apoio começa em casa, já que os pais e responsáveis ​​são geralmente os primeiros a identificar os dons e talentos de uma criança.

Por que familiares e responsáveis devem estimular as capacidades de jovens com Altas Habilidades/Superdotação?

Assim como cada ser humano é único, crianças e adolescentes com Altas Habilidades/Superdotação apresentam diferentes tipos de facilidades de aprendizado. A superdotação pode ser intelectual, acadêmica, social, criativa, artística ou psicomotora. Perante essa diversidade, é fundamental ao aluno com Altas Habilidades/Superdotação um ambiente com apoio familiar para que seu potencial receba os recursos necessários para o desenvolvimento, visto que cada processo de aprendizado é personalizado ao estudante.

É também a partir da família que o jovem inicia a construção de sua identidade e autoestima, por isso, o apoio de parentes ou responsáveis é essencial para que a criança ou adolescente se reconheça como superdotada e não desista de aperfeiçoar seus talentos. Do mesmo modo, a família é a porta de entrada que introduz a criança ao mundo, sendo a responsável pela maior parte do processo de socialização do indivíduo. Ou seja, um jovem com um bom relacionamento em casa provavelmente será mais receptivo ao ambiente escolar, se sentindo encorajado a desenvolver suas capacidades onde quer que seja.

Além do mais, ter um membro da família superdotado é uma via de mão dupla, afinal, crianças com altas habilidades/superdotação também influenciam a organização familiar. A pesquisadora Linda Silverman afirma que “a superdotação é uma qualidade da família, mais do que uma qualidade que diferencia a criança do resto de sua família”. Uma relação harmoniosa e integrada entre jovens e seus responsáveis, em que estes últimos incentivam e reconhecem os esforços e talentos daqueles, é muito mais próspera. Ter um filho ou a tutela de uma criança superdotada requer dedicação também da família a essas altas habilidades.

Como educadores e pais/responsáveis podem trabalhar juntos?

Na escola, quando um professor reconhece um aluno com Altas Habilidades/Superdotação, é necessário que ele seja criativo e  adapte o currículo e as atividades escolares para desenvolver ainda mais este estudante. Outra atitude a ser tomada pelo educador é a de conversar com os pais ou responsáveis do jovem superdotado.

Por meio do diálogo e da troca de experiência, ambos os lados são capazes de conhecer melhor aquele aluno, o que lhe interessa e em quais habilidades ele se destaca. A partir daí, podem traçar um plano que promova o desenvolvimento dos talentos de modo mais eficiente, que envolva, por exemplo, atividades complementares que sejam incentivadas também em casa. Além disso, com professores e responsáveis em consonância, é mais fácil para o jovem com Altas Habilidades/Superdotação se sentir acolhido também no ambiente escolar e criar um laço com seu educador.

Unindo forças!

Todos – educadores, familiares, jovens e até mesmo pesquisadores da área – estão aprendendo juntos. Os estudos sobre o impacto dos pais ou responsáveis nas capacidades de jovens com Altas Habilidade/Superdotação permanecem em constante evolução. Há muito ainda a se aprender, mas já se sabe como o suporte da família e do meio onde essa criança ou adolescente vive é essencial para o seu avanço.

Vale sempre lembrar, no entanto, que isso não significa impor o excesso de pressão, expectativas ou mesmo autoritarismo nesses jovens. É importante que eles desenvolvam suas habilidades com interesse e curiosidade, além de também terem momentos de brincadeira e lazer, aproveitando a infância e juventude. O equilíbrio é fundamental, por isso, professores, pais e responsáveis podem sempre contar com dicas sobre educação voltadas para Altas Habilidades/Superdotação do Ismart para encontrar os caminhos certos.

FONTE: SILVA, Paulo Vinícius Carvalho, FLEITH, Denise de Souza Fleith. A influência da família no desenvolvimento da superdotação, dez. 2008.