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Engana-se quem pensa que alunos com Altas Habilidades/Superdotação são aqueles que conhecem diferentes assuntos escolares e tiram notas 10 em todas as disciplinas. Infelizmente, até mesmo algumas instituições de ensino possuem esse pensamento e acabam não identificando os estudantes realmente superdotados. A verdade é que existem indivíduos com diferentes tipos de Altas Habilidades/Superdotação. O jovem pode apresentar um desenvolvimento acima da média em algum campo do saber ou aptidão natural em alguma atividade artístico-social, mas ter um desempenho comum em outras disciplinas.

Ou seja, ninguém, nem mesmo os jovens superdotados, é obrigado a ser extraordinariamente bom em tudo, assim como todos os talentos são importantes para a sociedade e devem ser nutridos.

Quais são os tipos de Altas Habilidades/Superdotação?

De acordo com as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, crianças com Altas Habilidades/Superdotação são as que apresentam desempenho notável e elevado potencial em algum desses aspectos: “capacidade intelectual geral, aptidão acadêmica específica, pensamento criador ou produtivo, capacidade de liderança, talento especial para as artes e capacidade psicomotora”. Essas habilidades podem aparecer isoladas ou combinadas no indivíduo, porém não significa que ele possui todos esses talentos.

Além disso, o psicólogo educacional Joseph Renzulli propôs a Teoria dos Três Anéis para definir comportamentos de superdotação. Segundo ele, três traços devem interagir para que que um jovem seja considerado portador de Altas Habilidades/Superdotação:

  • Habilidade acima da média: subdividida em “habilidade geral” (capacidade de articular o pensamento e gerar informações e respostas ao que é exposto) e “habilidade específica” (como o indivíduo consegue combinar as habilidades gerais);
  • Envolvimento com a tarefa: como o jovem se empenha na execução da atividade (sua persistência, paciência e autoconfiança);
  • Criatividade: para o estudioso, um dos pontos decisivos para diferenciar um jovem superdotado dos outros.

Percebe-se, portanto, que além de existir vários tipos de Altas Habilidades/Superdotação, essas competências se manifestam em diferentes comportamentos no jovem superdotado. Dessa forma, vê-se que também é um erro popular a ligação exclusiva entre superdotação e atividades exatas, que envolvem cálculos e fórmulas. O jovem pode manifestar, por exemplo, aptidão à dança, esportes, aprendizado de línguas, entre muitas outras atividades.

VEJA TAMBÉM:  Aulas inovadoras estimulam estudantes com Altas Habilidades/Superdotação

Por que a escola deve nutrir todos os tipos de Altas Habilidades/Superdotação?

Renzulli ainda afirma que pessoas com indícios de Altas Habilidades/Superdotação precisam de estímulo das capacidades, caso contrário, podem não desenvolvê-las. Por isso, o apoio vindo dos ambientes familiar, escolar e social em que o jovem está inserido é fundamental. No que se trata da escola, a Lei nº 9.394/96 assegura que a Educação deve fomentar o “desenvolvimento pleno das potencialidades” dos alunos com Altas Habilidades/Superdotação, elaborando diversas estratégias para atender às necessidades de cada estudante que apresente essas características.

Com isso, a lei, além de evitar a exclusão desses jovens do sistema de ensino e do contato com outras crianças e adolescentes, também garante que todos os tipos de Altas Habilidades/Superdotação sejam igualmente aflorados. A escola deve trabalhar com a diversidade de características, talentos, capacidade, habilidades e, por que não, dificuldades dos seus alunos de forma inclusiva, propiciando ensino de qualidade a todos. Todas as habilidades são importantes dentro da sociedade, assim como todos os estudantes merecem se sentir acolhidos pelo sistema educacional.

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FONTE: O processo diagnóstico do aluno com Altas Habilidades no contexto da escola regular pública.