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No Brasil, novembro é considerado o Mês da Consciência Negra devido ao feriado do dia 20. A data, que não foi escolhida como Dia da Consciência Negra à toa, é o aniversário de morte de Zumbi dos Palmares, líder quilombola assassinado em 1695, durante uma invasão ao quilombo feita por escravistas.

Mais do que uma data comemorativa, 20 de novembro se tornou um lembrete de que a luta por uma cultura antirracista precisa continuar, em razão de que nosso país ainda carrega as cicatrizes do passado colonial marcado pela mão de obra de povos africanos escravizados.

O Ismart decidiu participar do movimento de reflexão estimulado pelo mês da consciência negra por meio do assunto no qual somos especialistas: a educação.

De olho nas estatísticas

Um dos principais órgãos de incentivo à pesquisa no Brasil, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), registrou que menos de 30% das bolsas de estudo oferecidas entre 2013 e 2017 foram destinadas a pessoas pretas e pardas.

No entanto, mais da metade da população brasileira se considera negra, como aponta o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com dados de 2020, esse número alcança, mais precisamente, 54% da população.

A desigualdade racial na ciência não é exclusiva do Brasil. Observando o famoso Prêmio Nobel, que reverencia estudiosos de todo o mundo, apenas 17 pessoas negras foram premiadas na sua história em três categorias. Até hoje, este prêmio conta com 943 laureados e seis categorias.

Uma educação antirracista é fundamental

A desigualdade racial na ciência é reflexo de um grande problema estrutural da sociedade. Historicamente, pessoas negras foram submetidas a situações de pobreza e de preconceito que geraram as desigualdades sociais de hoje.

Com isso, elas acabam recebendo menos oportunidades, além de sofrer com a falta de visibilidade. Por exemplo, muitas vezes olhamos um grupo de pessoas brancas em algum lugar de destaque e sequer nos questionamos: por que não há representantes negros lá?

Por isso, a educação antirracista é tão importante. Ela forma cidadãos que combatem o preconceito e também abre os nossos olhos para essas disparidades, fazendo-nos refletir a respeito.

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Especial mês da consciência negra: cientistas para se inspirar

A fim de celebrar o dia da consciência negra e batalhar por uma cultura antirracista, trouxemos cinco cientistas negros e negras que fizeram a diferença na história mundial.

1. Alice Ball (1892 – 1916)

Você já ouviu falar na hanseníase? Talvez conheça seu antigo nome, lepra. Essa doença aterrorizou a humanidade desde a antiguidade, estando presente até na Bíblia, por exemplo, mas só passou a ter um tratamento efetivo no século passado.

Uma pioneira nessa área da medicina foi Alice Ball, química norte-americana que, ainda muito jovem, foi capaz de criar um método para o tratamento da hanseníase com base no óleo das sementes da árvore chaulmoogra, ajudando centenas de pacientes.

Hoje a hanseníase é tratada com antibióticos, porém isso só foi possível três décadas após a pesquisa de Ball.

2. Percy Lavon Julian (1899 – 1975)

Outro químico norte-americano que contribuiu muito para a medicina foi Percy L. Julian. Ele desenvolveu pesquisas sobre compostos medicinais de base vegetal e versões sintéticas de hormônios.

Isso permitiu a criação de medicamentos para glaucoma, mal de Alzheimer, câncer, asma, anemia e alergias, e ainda fez seu custo ser reduzido, tornando-os mais acessíveis.

3. Jane Cooke Wright (1919 – 2013)

Quando pensamos no tratamento de cânceres agressivos, o associamos imediatamente à quimioterapia. Este tratamento, baseado na eliminação das células cancerígenas por agentes químicos, foi desenvolvido pela médica oncologista norte-americana Jane Cooke Wright.

Durante uma vida estudando a fundo o câncer, ela defendia que a doença está em constante modificação, portanto seu tratamento precisa combinar diferentes terapias. 

Baseados nesse pensamento, cientistas do mundo todo continuam criando abordagens terapêuticas ao câncer.

4. Mark Dean (1957 – atualmente)

Quem aí gosta de informática? Saiba que um grande contribuinte à área é Mark Dean, engenheiro da computação e inventor norte-americano.

Ele fez parte do projeto de um dos primeiros computadores pessoais do mundo, o IBM PC, em 1981. Também criou a ferramenta que permitiu a interligação de computadores com dispositivos periféricos. Isso é essencial para a impressora funcionar, por exemplo.

5. Sônia Guimarães (1957 – atualmente)

E temos brasileira na lista!

A física e professora universitária Sônia Guimarães foi a primeira mulher negra a conquistar um doutorado em física no Brasil. Desde 1993, é docente do renomado Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), sendo também a primeira mulher negra a lecionar na instituição.

Vale lembrar ainda que o ITA só passou a aceitar mulheres no seu vestibular na década de 1990, até então o ambiente era predominantemente masculino, com poucas professoras e estudantes mulheres.

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Percebeu como existem vários cientistas e estudiosos negros e negras? Agora podemos nos perguntar: será que não existiram outros que foram esquecidos pela história? Será que poderiam existir mais se as oportunidades de educação alcançassem todos?

É por isso que as reflexões do Mês da Consciência Negra são tão importantes.

O Ismart faz parte da luta por um Brasil igualitário. Vamos juntos transformar o mundo pela educação! Confira o nosso portal e conheça nossos projetos educacionais com bolsas de estudos.

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