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Hoje, mais uma trajetória inspiradora da nossa série “Histórias de Sucesso”. Rafaela Herrera é da região do Campo Limpo, localizada em São Paulo, onde seus pais nasceram e viveram boa parte da vida. Rafaela conta que seu pai e sua mãe sempre incentivaram que ela e seus irmãos estudassem muito. 

Seu pai chegou a iniciar o curso de Geografia na faculdade, mas só conseguiu completar o primeiro período, e sua mãe cursou datilografia aos 17 anos de idade. Ambos foram muito empreendedores, especialmente sua mãe. Depois dos 50 anos, a mãe de Rafaela se formou em Administração e passou em um concurso para a Faculdade do Município de Assis, mostrando que não há limites de idade quando há vontade de aumentar o conhecimento. 

Rafaela Herrera é filha do meio de três irmãos e destaca que sua característica mais marcante é a determinação. “Com 12 anos, um tio me perguntou o que  queria ser quando crescesse e ali decidi que seria engenheira”, conta ela. Para isso, percebeu que precisava melhorar a qualidade de ensino a que tinha acesso. Quando descobriu o Ismart, se identificou com o Instituto e com a oportunidade.

Depois de 10 anos de bolsa de estudos no colégio Santo Américo, escola de excelência em São Paulo, em uma oportunidade proporcionada pelo Ismart, Rafaela se formou em Engenharia de Biotecnologia pela Unesp. Trabalhou 2 anos no setor de alimentos e nesse período teve sua primeira jornada empreendedora com o Cozinhaê. Empreender também era um sonho antigo e levar alimentação saudável para pessoas de baixa renda foi a primeira missão que escolheu. Depois de 9 meses, percebeu que o modelo de negócio escolhido não era o melhor para cumprir essa missão. “Falhou”, mas seguiu em frente. 

Foi então que Rafaela decidiu trabalhar no mundo da tecnologia e novos negócios em startups. Conseguiu uma vaga na Startup Farm, a primeira aceleradora de startups da América Latina. Foi lá que conheceu seu atual sócio. Foram 2 anos e meio auxiliando mais de 1.000 empreendedores a construírem seus negócios e ajudando clientes como Visa, Banco do Brasil e Oi Futuro a se transformarem digitalmente. 

De lá, assumiu o desafio de ser Head de Startup no Cubo Itaú, liderando o time de seleção e sucesso das startups do hub mais relevante da América Latina. Em 7 meses, ajudou a elevar o NPS (Net Promoter Score – uma conhecida métrica de pesquisa de mercado) de 30 para 75, atendeu mais de 300 empreendedores e bateu a marca de 100 mil pessoas alcançadas com conteúdos de liderança e educação empreendedora. 

Em 2019, foi reconhecida como Forbes Under 30 e no ano seguinte foi finalista do prêmio Young Leader do Instituto Anga, que visa reconhecer jovens talentos que empreendem transformações dentro das organizações em que atuam.

Com todas essas conquistas, refletiu sobre seus objetivos e reencontrou o empreendedorismo, agora olhando para a formação de jovens no ensino superior. “Em 2017, com o Cozinhaê, eu via uma população que começava a se tornar obesa e subnutrida, e o mesmo fenômeno vejo hoje na Educação: pessoas qualificadas com pouca habilidade para o dia a dia de trabalho. Há cerca de 2 anos, venho empreendendo a Sirius, uma faculdade de experiência, futuro e tecnologia.”

Rafaela atribui muito do seu desenvolvimento – e suas consequentes conquistas – ao Ismart. Por muito mais do que a bolsa de estudos: pelo contexto de responsabilidade que se cria desde cedo participando dos programas do Instituto. Com 12 anos, ganhou a bolsa e sabia que a oportunidade não era só para ela, mas também para sua família. 

Além disso, desde que entrou para o Ismart, ela conta que aprendeu a sonhar e ver um mundo muito maior de possibilidades que poderia explorar. Isso se espalhou também para sua família. 

 

 

Confira mais da entrevista na íntegra: 

Você participou de qual projeto?

Fui bolsista do Projeto Alicerce, da primeira turma de São Paulo, lá em 2004. Foram 1 ano e meio de cursinho preparatório para depois entrar no Colégio Santo Américo. Durante o período de cursinho, eu ia para o colégio pela manhã, almoçava por lá, e à tarde cursava o ensino da escola pública, que era o meu currículo “normal”. Passando no vestibulinho do Santo Américo, cursava período integral no Ensino Médio. Logo após a conclusão desse período, fui aprovada na Unesp e recebi um auxílio de um salário para me manter. Como a faculdade também era integral, a bolsa foi essencial para que eu não precisasse trabalhar e pudesse me mudar para o interior e cursar os 5 anos.

De que forma a vivência em uma escola de excelência influenciou nas suas escolhas profissionais?

Eu acredito que me propiciou conhecer mais possibilidades. O meu curso por exemplo eu escolhi porque o professor de Biologia do colégio era tão sensacional que eu aprendi a gostar muito da matéria e isso me despertou a buscar uma formação que combinasse minhas paixões. Todo o apoio de cursinho pré-vestibular também foi essencial para que eu conseguisse uma boa aprovação nessas provas.

Qual é seu Sonho Grande?

Essa é uma pergunta difícil, porque meu sonho grande já mudou algumas vezes, mas em essência eu quero gerar o impacto que eu experimentei para várias outras pessoas. Hoje, busco fazer isso através da Educação com a Sirius. Nós vamos ter 10 mil alunos até 2025 e eu estou construindo ativamente um novo modelo educacional e de experiência de ensino para essas pessoas. Depois queremos escalar esse modelo para que muitas outras escolas possam gerar o impacto necessário em suas graduações e pós-graduações, com potencial de mudar uma geração de ensino. É esse tipo de impacto que espero atingir.

Você enxerga que a sua experiência no Ismart afetou a vida das pessoas à sua volta?

Com certeza, “o bom exemplo tem efeito multiplicador”. Meus pais foram exemplo e inspiração para mim e em algum momento eu também fui para eles. Elevar a educação de uma pessoa da família tem o potencial de elevar para todos. Minha irmã mais velha foi aprovada na USP logo após o ensino médio, já morou na Alemanha e hoje fala fluentemente três línguas, indo para a quarta. 

Meu irmão está se formando em Publicidade e Propaganda e trabalha no QuintoAndar. Minha mãe se formou em Administração após os 50 anos e se tornou funcionária pública. Sem contar as outras inúmeras formas de sonhar que surgiram para todos. Eu tive a felicidade de levar meu irmão para uma viagem na Alemanha e Praga, para visitar nossa irmã que estava morando lá. As possibilidades que se desbloqueiam depois desse tipo de evento são inúmeras e poderosas.

Qual conselho você deixa para as pessoas jovens que se inspiram na sua trajetória?

Cada história é única. Não basta querer para dar certo. Foi preciso apoio familiar, estabilidade emocional e muitas portas abertas para que minha trajetória me trouxesse até esse ponto da minha vida. Supere os seus desafios, sonhe os seus sonhos e batalhe pelas suas conquistas. O que funcionou especialmente para mim foi verbalizar meus sonhos e me conectar com pessoas boas (que me inspiraram e me auxiliaram a chegar mais longe).

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