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O texto de hoje é sobre persistência, dedicação e resiliência. A história do aluno Ismart João Marco é cheia de conquistas, mas sempre cravada de muitas batalhas. 

João nasceu em São José dos Campos, interior de São Paulo. Apaixonado por tecnologia desde pequeno, entendeu que para se desenvolver em direção a um futuro melhor precisaria ir atrás de oportunidades que pareciam ser quase inalcançáveis, como estudar em uma escola particular e cursar uma boa universidade. 

Até que ele conseguiu sua primeira conquista: uma bolsa de estudos em um colégio particular de excelência através do Projeto Alicerce, do Ismart. A oportunidade abriu portas para João Marco em diversas possibilidades incríveis de atuação e desenvolvimento.

Desde a criação da sua própria ONG, ao Summer Program em Yale, ao curso superior na Universidade de São Paulo, uma das melhores do país, à bolsa de estudos para estudar em Stanford, instituição referência mundial em qualidade de ensino, até a criação de sua startup de tecnologia, a Verde, como sempre sonhou.

Hoje, João é formado em Engenharia da Computação e recentemente iniciou uma nova parte da sua jornada como Engenheiro de Software na gigante de tecnologia Google, na sede da Alemanha.

Alcançar isso tudo não foi uma tarefa fácil. Só para passar em Stanford, João Marco se aplicou 27 vezes. Sim, 27 tentativas! Elas ajudaram a fazer do João um estudante e profissional preparado, focado e resiliente. Como ele próprio diz: “Está tudo bem parar, pensar e planejar, mas desistir nunca é uma opção quando você tem um sonho”.

Ficou interessado pela história do João? Acompanhe abaixo a entrevista na íntegra.

Qual é a sua história até aqui?

Tenho 23 anos e hoje trabalho como engenheiro de software no Google. Nasci e cresci na cidade de São José dos Campos, filho de mãe nordestina “arretada” e de pai paulista trabalhador. Desde muito novo sempre fui uma criança muito curiosa e cheia de energia e minha mãe sempre me deu o suporte, dentro do que podíamos, para explorar o mundo. 

Aos 10 anos tive meu primeiro contato real com tecnologia quando montei meu robô de Lego NXT (kits de robótica), que carinhosamente chamei de Frank (de Frankenstein), pois ali foi a primeira vez em que eu dei “vida” para algo que não poderia se mexer. Fiquei simplesmente maravilhado com o resultado e, naquele momento, percebi que era aquilo que gostaria de continuar explorando na minha vida.

Com o passar dos anos entrei para o Ismart e consegui enxergar possibilidades que antes eram impossíveis aos meus olhos, como estudar numa escola particular ou fazer faculdade. Lá entendi que sonhar grande e pequeno dá o mesmo trabalho, sempre procurando botar a mão na massa. Durante o ensino médio estudei na Embraer e lá explorei meu lado de empreendedor social, no Projeto d’Vinci, lecionando para jovens do ensino público e também fundando minha própria ONG, IUPI, com ajuda de amigos, auxiliando pessoas que pudessem contribuir com projetos independentes.

No terceiro ano, recebi uma bolsa para estudar em Yale durante o verão para aprender mais sobre Empreendedorismo, Tecnologia e Inovação. Nesse momento, eu finalmente entendi como todas essas coisas se conectam e percebi, que, ao voltar para o Brasil, adoraria construir algo que juntasse todos esses campos.

Em 2017, comecei a cursar Engenharia da Computação na Universidade de São Paulo. O ambiente desafiador e rico em atividades extracurriculares me permitiu desenvolver tanto no âmbito técnico como numa posição de liderança. Dentre as minhas principais experiências, recebi uma bolsa para participar do Cargill Global Scholars, para desenvolver skills de liderança por dois anos dentro e fora do Brasil, realizando pesquisa sobre cacau e apresentando os resultados para a mesa diretora da companhia em Minneapolis (EUA).

Outro fator importante foi a fundação do Núcleo de Empreendedorismo da USP em São Carlos, onde ajudamos estudantes e empreendedores de diferentes níveis a aumentarem suas chances de sucesso em suas startups através de treinamentos, competições e contatos com investidores.

Com o início da pandemia voltei para a casa dos meus pais e de lá comecei a trabalhar remotamente para startups dos Estados Unidos como programador, ajudando fundadores a construírem seus primeiros produtos (também conhecidos como MVP). Essa experiência foi muito importante para mim, pois comecei a entender como o empreendedorismo funcionava na prática: você tem um incêndio novo todo dia para apagar! 

Isso me ajudou a amadurecer minhas habilidades e, no início de 2021, fundei minha própria startup com outros 3 sócios, a Verde. Nosso propósito era ajudar pequenos e médios agricultores a terem acesso a linhas de crédito mais baratas. Após 5 meses construindo o produto, conversando com usuários e virando várias noites, finalmente recebemos nosso primeiro investimento. Fomos aceitos para o YCombinator, a maior e mais conhecida aceleradora de startups no mundo, sendo responsável por investir em gigantes como Airbnb, Dropbox e Twitch.

No entanto percebi que esse caminho me afastava do meu sonho grande de construir uma empresa de tecnologia aos moldes de gigantes como Microsoft e Google. Nesse momento parei para avaliar o que me permitia chegar mais próximo dessas metas, então, cheguei a conclusão que precisava não só estudar mais como também entender como essas gigantes funcionam por dentro. Com isso, aos poucos, comecei a fazer minha transição do mundo de empreendedorismo de volta para a universidade. Alguns meses se passaram e fui aprovado tanto para fazer meu estágio na Google como para estudar por um “quarter” na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos.

Ir para Stanford foi algo desafiador do ponto de vista financeiro e também intelectual. Realizei uma vaquinha para cobrir os pouco mais de 100 mil reais necessários para pagar pelo programa. Foram diversas as formas para levantar esse dinheiro, de bolsas de estudos, como a fornecida pela Fundação Estudar, passando por doações individuais e até rifas de Páscoa! Mas no fim tudo deu certo e finalmente consegui chegar em Stanford.

Fazer parte do International Honors Program em Stanford me conectou com estudantes das melhores universidades do mundo dentro da universidade e me permitiu expandir minha visão sobre diversos temas e minhas conexões ao redor do mundo. Além disso, ter contato diário com professores e pesquisadores que estão na vanguarda do conhecimento me fez sentir capaz de construir qualquer coisa, já que ninguém foca no erro, mas sim nos possíveis resultados de tentar.

Nesse último semestre finalmente me formei na USP como Engenheiro de Computação e hoje trabalho como Engenheiro de Software no time de Privacidade no Google, aqui na Alemanha! Muito ansioso para ver o que o futuro me reserva nos próximos meses e anos.

Em relação ao seu desenvolvimento pessoal, como foi a experiência de ser um Bolsista Ismart?

Ser bolsista Ismart foi, sem dúvidas, a etapa mais importante da minha jornada, pois sem uma educação que me ajudasse a construir um alicerce sólido, jamais teria conseguido começar a construir a escada que estou subindo hoje. O Instituto me ajudou a construir valores muito importantes e me auxiliou em momentos relevantes da minha jornada, oferecendo suporte psicológico e facilitando diversas oportunidades que anteriormente seriam intangíveis para aquele garoto de bairro periférico de São José dos Campos.

De que forma a vivência em uma escola de excelência influenciou suas escolhas profissionais?

A educação dentro das escolas particulares é de maior qualidade e maior profundidade, onde os professores realmente podem comunicar aos estudantes todo o conteúdo. Isso é importante, pois, para o desenvolvimento de um senso crítico é necessário ter uma formação holística, que muitas vezes não é possível nas escolas públicas.

Qual é seu Sonho Grande? 

Meu sonho grande é ajudar a desenvolver o Brasil tecnologicamente, colocando-o em uma posição competitiva no cenário global. Hoje a forma como eu enxergo de tornar isso possível é através da construção de uma empresa HardTech aos moldes de gigantes como Google, onde existe o amadurecimento do mercado local e também o crescimento de outros negócios.

Você enxerga que a sua experiência no Ismart afetou a vida das pessoas à sua volta? 

Conforme eu fui adquirindo experiências diferentes, em minhas oportunidades, consegui me tornar uma referência para outras pessoas que vieram pedir conselhos e direcionamentos. De certa forma, considero que hoje posso ajudar pessoas que tenham interesses próximos aos meus a encontrarem mais oportunidades.

Qual conselho você deixa para as pessoas jovens que se inspiram na sua trajetória?

Embora eu tenha acumulado diversas experiências interessantes durante esses últimos 10 anos, praticamente nenhuma delas eu consegui de primeira. Em praticamente todas eu tive que tentar diversas vezes. Para conseguir entrar no Google tentei 4 vezes, para conseguir o primeiro investimento na minha startup, precisei fundar 4 outras, e por fim pra conseguir chegar em Stanford, foram 27 tentativas das mais variadas. É muito bom quando é possível realizar um sonho de primeira, mas aprender com os nossos erros, não apenas nos faz evoluir, mas também nos torna mais fortes e mais resilientes para os próximos desafios.

Então se eu tenho algo para dizer e que virou meu lema de vida é uma frase que ouvi do Clóvis de Barros numa de suas aulas: “Para trás, nem para pegar impulso!”. Está tudo bem parar, pensar, planejar, mas desistir nunca é uma opção quando você tem um sonho!

Quais são seus sonhos e desejos para o futuro? Qual a sua contribuição para transformar a vida das pessoas para um mundo melhor?

Dentro dos próximos anos quero viajar o mundo buscando por novas tecnologias e por problemas no Brasil a serem solucionados. Meu objetivo é ajudar a fomentar um ambiente onde empresas de tecnologia possam nascer e prosperar em nosso país, ajudando na geração de empregos de alta tecnologia, amadurecimento de entidades do meio, e ajudando a solucionar problemas internos. Eu quero um dia que bilhões de usuários ao redor do mundo usem e se sintam orgulhosos de usar um produto que eu tenha ajudado a construir, com o DNA de uma empresa brasileira.

Curtiu a entrevista com o João? Confira outras Histórias de Sucesso aqui no Blog do Ismart!

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